Sala 2
T62 – Integrar sistemas começa com “P”
Objetivo
Este trabalho tem por objetivo apresentar o ponto de início de qualquer Integração de Sistemas em Projetos de grande porte, cujo ponto é também um sistema organizado, complexo, dinâmico, capaz de influenciar, determinar e de impactar positivamente nos objetivos e nos resultados a serem alcançados na implantação desses megaprojetos.
Relevância
O conceito de Sistema apontado no tema deste trabalho transcende o conceito usual para sistemas eletroeletrônicos conhecidos nas implantações Metroferroviárias. A definição mais adequada para o tema é: “Sistema é um conjunto de elementos interdependentes de modo a formar um todo organizado. O termo Sistema significa: combinar, ajustar, formar um conjunto”. (Fonte: Berthanlanffy, Ludwuing Von. Teoria Geral dos Sistemas. Rio: Vozes, 1975). Com base nesta definição, uma Linha Metroferroviária é um Sistema organizado que integra vários elementos interdependentes, formando um conjunto com finalidades específicas e que se relaciona, dentro de uma matriz de sistemas, com outros Sistemas de Transporte. Diante das complexidades e desafios existentes nas Implantações de Linha Metroferroviárias, a tarefa de Integrar Sistemas requer atenção especial e pode se tornar árdua e muito mais complexa quando os esforços dos envolvidos não estão alinhados para incluir, incorporar ou unir as partes do Projeto, a fim de transformá-lo num Sistema organizado, coerente, harmonioso e em atendimento às condições especificadas. Outros componentes podem tornar a Integração de Sistemas ainda mais complexa quando há stkeholders alocados geograficamente em outros países, com culturas distintas e diferentes idiomas, crenças, valores, aspectos de legislação, experiências operacionais. Nesse caso, o esforço é maior para garantir o entendimento adequado dos escopos, suas fronteiras e responsabilidades, o fluxo das informações, o atendimento as especificações (compliance), entre outros. Ainda que as tecnologias avancem nas gerações, promovendo automatismos complexos em processos nos diversos setores, sempre haverá a necessidade de pessoas preparadas e comprometidas para conceber, desenvolver, implantar, operar e manter os Sistemas. Portanto, integrar Sistemas começa com a integração de Pessoas, tendo como catalisador a Sinergia, para que os resultados sejam alcançados em todas as fases do ciclo de vida dos Projetos e dos Sistemas em operação. Se a Integração de Sistemas busca formar um todo organizado, estruturado, coerente e harmonioso, a Sinergia é a química que viabiliza ações e esforços de cooperação, coesão entre as pessoas, visando parcerias e melhores desempenhos, do que os demonstrado isoladamente, em prol de um objetivo comum. Embora a Sinergia fosse uma resposta óbvia para solução ou suavização dos problemas, o fato é que a Integração de Sistemas depende do componente Ser Humano, o qual possui estruturas próprias de funcionamento, orientadas, consciente e inconscientemente, por padrões de pensamento modelados pelos conhecimentos e pelas experiências subjetivas vivenciadas pelo individuo em seu histórico de vida. Todo esse conjunto, representado pelos comportamentos, influenciam nas escolhas, nas tomadas de decisões e impactam positivamente ou não nos resultados a serem alcançados no âmbito individual ou no coletivo.
Descrição
Na Implantação do Sistema Monotrilho na Linha 15 – Prata da Companhia do Metropolitano de São Paulo há uma quantidade relevante de interfaces Contrato x Contrato, Civil x Civil, Civil x Sistemas, Sistemas x Sistemas, cenários operacionais e de manutenção. Considerando que esta linha tem como diretriz técnica de Projeto a operação em UTO – Unattended Train Operation, uma forma de operação na qual os trens são totalmente automáticos sem qualquer interferência de empregado a bordo dos trens e o mínimo de empregados nas estações, com a centralização da supervisão e controle dos Sistemas no CCO, as tratativas das interfaces entre Sistemas são fundamentais para garantir o atendimento do nível de automação UTO (GoA4 – IEC 62267 – Railway Applications / Automated Urban Guided Transport (AUGT) safety requirements). O gerenciamento das interfaces é uma atividade dinâmica ao longo de todo o ciclo de vida do empreendimento, requerendo o empenho coletivo, a disciplina e o comprometimento dos envolvidos, o foco no espírito de sinergia entre os participantes. Os cases de sucesso, nos quais houve a satisfação dos participantes, são aqueles as pessoas atuaram de maneira diferente, promovendo atmosfera de confiança, parceria e de oportunidades para compartilhamento das informações, dos aprendizados e dos erros, cuja intenção, entre outras, estava focada na busca de possibilidades de soluções ao invés de ampliarem o quadro do problema. São as escolhas e decisões pessoais, e não as condições do individuo, que determinam os resultados.
Rogério Alves Calusa – Consórcio Monoverde